MPRJ prende 5 em operação contra adulteração de combustíveis; rede de 60 postos tinha metanol nas bombas
Entre os alvos estão administradores da rede GTB. O metanol é uma substância altamente tóxica e proibida pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Homem é...

Entre os alvos estão administradores da rede GTB. O metanol é uma substância altamente tóxica e proibida pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Homem é preso na Operação Bomba Baixa Reprodução/MPRJ O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prendeu 5 pessoas na manhã desta quinta-feira (13) na Operação Bomba Baixa, contra a adulteração de combustíveis. Promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) saíram para cumprir 6 mandados de prisão no total. Entre os alvos estão administradores de postos da GTB Brasil, que colocavam metanol nas bombas. A substância é altamente tóxica e foi proibida pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Veja quem são os presos 1 - Mário Augusto de Castro Mário Augusto de Castro Reprodução De acordo com o Ministério Público, ele é o sócio administrador da Rede GTB. Mário tem 26 anotações criminais, todas referentes a infrações penais praticadas em postos de combustíveis. 2 - André Luis Trindade Correa André Luis Trindade Correa Reprodução André, segundo o MP, é cunhado de Mário, e atuava também na administração dos postos. Ele seria braço direito de Mário - é a ele que os funcionários se reportavam quando tinham problemas com fiscalizações. 3 - Marco Antônio dos Santos Miranda Marco Antônio dos Santos Miranda Reprodução 4 - Leandro Nunes Portella Leandro Nunes Portella Reprodução 5 - Leonardo Moreira Carnasciali Leonardo Moreira Carnasciali Reprodução Leonardo, segundo o MP, figuraria como supervisor dos postos da rede. O sexto alvo dos mandados de prisão é Genilson Barbosa Machado, que até as 15h não tinha sido localizado. Genilson seria um administrador não sócio mas que tinha autonomia de gerenciar a equipe de funcionários, controlar o estoque, formular pedidos na distribuidora e administrar a oferta dos combustíveis postos à venda. A TV Globo ainda não conseguiu contato com a defesa de nenhum dos seis. Genilson Barbosa Machado Reprodução Investigação A investigação aponta que, entre 2017 e 2023, o grupo criminoso expandiu a rede para 60 postos de combustíveis. O esquema movimentou valores milionários: o capital social da GTB Brasil saltou de R$ 100 mil para R$ 3,9 milhões, em apenas 6 anos. Segundo o Gaeco, o grupo criminoso adquiria combustíveis sem nota fiscal, corrompia agentes públicos para evitar autuações e manipulava os lacres das bombas para burlar as fiscalizações. "As notícias de fato denunciavam inicialmente que haveria fraudes nas bombas de abastecimento, fazendo com que os registros de saída fossem superiores às quantidades efetivamente despejadas no tanque de combustível dos consumidores, identificandose ainda misturas nas gasolinas de níveis de etanol acima dos permitidos", afirma a denúncia. Os promotores destacam ainda que o metanol é altamente perigoso: "O uso dessa substância pode ocasionar uma tragédia com vítimas mortais. O contato contínuo com o metanol pode gerar cegueira e afetar o sistema nervoso central". MP-RJ prende pessoas que misturavam metanol a etanol e gasolina Os riscos do metanol De acordo com os promotores, o metanol era misturado ao etanol e à gasolina para reduzir custos, colocando em risco a saúde e a segurança dos consumidores e frentistas. A substância é extremamente perigosa: a inalação ou o contato prolongado podem causar cegueira, danos neurológicos e até a morte. Além disso, o metanol é altamente inflamável, e sua combustão provoca uma chama invisível, dificultando o controle de incêndios. A olho nu não dá para saber. É preciso que a fiscalização da ANP recolha amostras nos postos de gasolina e aplique reagentes para checar se o combustível está “batizado”. “Quando você mistura, o motor do veículo começa a corroer, você não tem condições de rendimento do veículo adequado e, com o tempo, você vai ter que fazer uma retificação no próprio motor do veículo. Além dos grandes riscos para a saúde que esse produto traz. Portanto, não é de forma alguma para ser usado”, afirma Emerson Kapaz, presidente do Instituto Combustível Legal. “Você vê ofertas com preço muito abaixo da média de mercado, desconfie. Peça nota fiscal, porque aí depois, se acontecer alguma coisa com seu veículo, você pode direto nas agências com a ANP, no MP”, explica Kapaz.